Constituído por 12 faixas, “Suck it and See” é
o álbum mais recente da banda britânica Arctic Monkeys. Trata-se de um disco
que nos remete para o verão, repleto de músicas “doces” e “pesadas”. Aqui fica
a minha opinião de cada uma das músicas:
“She’s Thunderstorms”
Fortemente liderado pelo baixo, revela
que Alex Turner tem uma queda para canções sobre o tempo (“Brianstorm” ou
”Crying Lightning”). E fica à altura dessas duas canções. Começa com um riff de
uma só guitarra, que se adequaria bem a um filme de terror a preto e branco. Os
fãs de Arctic Monkeys estão habituados a entradas de álbum mais pesadas (“The
View from the Afternoon”, “My Propeller” ou “Brianstorm”), no entanto é uma
sonoridade limpa que nos faz desejar mais.
Pontuação: 9/10
“Black Treackle”
É uma música semelhante a “Cornerstone”, de “Humbug”. A guitarra e a
bateria evitam que a música se torne demasiado sentimental. Liricamente, é uma
canção repleta de ambiguidades permitindo diferentes interpretações. É simples
e sumptuosa.
Pontuação: 8/10
“Brick By Brick”
É cantada pelo baterista da banda, Matt Helders, e tem um espírito de
garagem. Liricamente, é simples mas revela a maturidade musical da banda. Tem
uma grande mensagem e destacam-se as guitarras, os seus solos e a bateria
sempre enérgica.
Pontuação: 8/10
Pontuação: 8/10
“The Hellcat Spangled Shalalala”
Tudo nela encaixa bem, lírica e musicalmente (destacando-se o baixo). Distancia-se
do álbum anterior pois a banda tenta ter uma postura mais séria e sólida. É um
dos singles da banda e faz uma grande canção para ser tocada ao vivo.
Pontuação: 9/10
“Dont Sit Down ‘Cause I Move Your Chair”
Foi a primeira música anunciada como single e é a combinação perfeita entre
os velhos e os novos Arctic Monkeys. Tem um som escuro, mais pesado, que é
complementado pela voz melódica do vocalista. Liricamente não tem nenhuma
história, trata-se de uma lista de coisas que seria melhor fazeres do que
sentares-te na cadeira que foi desviada. Por exemplo, “Do the macarena in the devil’s
lair” ou “Kung fu fighting in rollerskates”
Tem como b-sides "The Blond O-Sonic Shimmer
Trap" e "I.D.S.T"(If Destroyed, Still
True). A primeira é também mais
escura e densa, no entanto é mais calma que “Dont Sit Down ‘Cause I Move Your
Chair”. Poderia estar incluída no álbum sem problema. "I.D.S.T" é do género de “Brick by Brick”.
Pontuação: 10/10
“Library Pictures”
É uma canção mais urgente, mais punk, onde o baterista tem o papel mais
relevante mostrando os seus extremos. Começa com uma grande ferocidade, com
riffs de guitarra intensos e muita energia da parte do baixista passando, no
meio da canção, para um som mais lento, doce e poeirento (transporta-nos para o
deserto), voltando de novo para as guitarras caóticas, baixo infatigável e
bateria acelerada.
Pontuação: 10/10
“All My Own Stunts”
Para mim é o tesouro escondido do álbum.
Precisamos de ouvir a música com muita atenção para perceber que não é uma
canção vulgar. Provavelmente a canção
mais experimental do disco pois os riffs formam um vaivém contínuo e a
inconfundível voz de Alex Turner continua a caminhar por vias melódicas. Um dos
versos da música “put on your dancing shoes” relembra uma música do primeiro
álbum “Dancing Shoes” e faz-nos relembrar o quanto a banda mudou nos últimos 6
anos. Atrevo-me dizer que é uma das melhores faixas de “Suck it and See”, sem problemas.
Um facto curioso é que é o produtor do álbum a fazer os coros.
Pontuação: 10/10
“Reckless Serenade”
O clima é obscuro, uma das baladas mais profundas já gravadas pela banda.
Mais uma vez o baixo tem grande destaque. Consegue-se entender as influências
dos b-sides dos álbuns passados já que, para mim, existem algumas parecenças
com “No buses”. No entanto, a letra acaba por ofuscar um pouco os instrumentos
musicais.
Pontuação: 8/10
“Pilerdriver Waltz”
Uma balada profunda e poderosa com uma letra incomum, escrita inicialmente
por Alex turner para o filme “Submarine” e que depois foi adaptada para este
álbum. Na minha opinião, a versão acústica desta música teria sido uma melhor
escolha para pôr no álbum, mas continua a merecer destaque.
Pontuação: 8/10
“Love Is A Laserquest”
Outra balada com um óptimo título que traz uma guitarra melancólica mais dissonante.
Não merece muito destaque em relação a todo o álbum, sobressai apenas a letra.
Pontuação: 7/10
“Suck It And See”
Canção que dá o nome ao álbum. É considerada por muitos uma balada, mas
para mim é mais do que isso. Liricamente, é extremamente rica (poderia ser sem
dúvida um poema) e os Arctic Monkeys conseguem combinar, extraordinariamente
bem, isso com um baixo inovador e guitarras épicas.
Recentemente, lançaram o videoclip desta música juntamente com o videoclip
do b-side, chamado “Evil Twin”(algo extremamente raro na indústria musical).
Esta é o contraste de “Suck It and See”, muito mais rock com colossais solos de
guitarra, uma bateria incansável e um baixo incrível. Outra faixa que encaixa
plenamente no álbum e, atrevo-me a dizer que seria a melhor música do disco.
Pontuação: 9/10
“That’s Where You’re Wrong”
Esta faixa comprova definitivamente que o baixo é um dos factores mais
importantes no disco. O’Malley tem uma habilidade invejável de conseguir criar
o fundo para cada faixa. Encerra o disco com faixa de ouro, principalmente com
a agitação dos solos de guitarra. Simples e tradicional, mas absolutamente
brilhante.
Pontuação: 9/10
Concluindo, é um álbum colossal
equilibrando músicas “doces” com “pesadas”. A única crítica negativa que faço é
que faltam mais algumas músicas pesadas, no entanto o grupo escolheu uma
abordagem mais calma e igualmente boa. É uma banda com muito potencial, com
muito para dar, que irá revolucionar o indie rock ou mesmo a indústria musical.
Aconselho-o vivamente, dando-lhe uma pontuação de 9/10.
-marta
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