quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Suck it and see": review




Constituído por 12 faixas, “Suck it and See” é o álbum mais recente da banda britânica Arctic Monkeys. Trata-se de um disco que nos remete para o verão, repleto de músicas “doces” e “pesadas”. Aqui fica a minha opinião de cada uma das músicas:

“She’s Thunderstorms”
Fortemente liderado pelo baixo, revela que Alex Turner tem uma queda para canções sobre o tempo (“Brianstorm” ou ”Crying Lightning”). E fica à altura dessas duas canções. Começa com um riff de uma só guitarra, que se adequaria bem a um filme de terror a preto e branco. Os fãs de Arctic Monkeys estão habituados a entradas de álbum mais pesadas (“The View from the Afternoon”, “My Propeller” ou “Brianstorm”), no entanto é uma sonoridade limpa que nos faz desejar mais.
Pontuação: 9/10

“Black Treackle”
É uma música semelhante a “Cornerstone”, de “Humbug”. A guitarra e a bateria evitam que a música se torne demasiado sentimental. Liricamente, é uma canção repleta de ambiguidades permitindo diferentes interpretações. É simples e sumptuosa.
Pontuação: 8/10

“Brick By Brick”
É cantada pelo baterista da banda, Matt Helders, e tem um espírito de garagem. Liricamente, é simples mas revela a maturidade musical da banda. Tem uma grande mensagem e destacam-se as guitarras, os seus solos e a bateria sempre enérgica.
Pontuação: 8/10

“The Hellcat Spangled Shalalala”
Tudo nela encaixa bem, lírica e musicalmente (destacando-se o baixo). Distancia-se do álbum anterior pois a banda tenta ter uma postura mais séria e sólida. É um dos singles da banda e faz uma grande canção para ser tocada ao vivo.
Pontuação: 9/10

 “Dont Sit Down ‘Cause I Move Your Chair”
Foi a primeira música anunciada como single e é a combinação perfeita entre os velhos e os novos Arctic Monkeys. Tem um som escuro, mais pesado, que é complementado pela voz melódica do vocalista. Liricamente não tem nenhuma história, trata-se de uma lista de coisas que seria melhor fazeres do que sentares-te na cadeira que foi desviada. Por exemplo, “Do the macarena in the devil’s lair” ou “Kung fu fighting in rollerskates”
Tem como b-sides "The Blond O-Sonic Shimmer Trap" e "I.D.S.T"(If Destroyed, Still True). A primeira é também mais escura e densa, no entanto é mais calma que “Dont Sit Down ‘Cause I Move Your Chair”. Poderia estar incluída no álbum sem problema. "I.D.S.T" é do género de “Brick by Brick”.
Pontuação: 10/10

“Library Pictures”
É uma canção mais urgente, mais punk, onde o baterista tem o papel mais relevante mostrando os seus extremos. Começa com uma grande ferocidade, com riffs de guitarra intensos e muita energia da parte do baixista passando, no meio da canção, para um som mais lento, doce e poeirento (transporta-nos para o deserto), voltando de novo para as guitarras caóticas, baixo infatigável e bateria acelerada.
Pontuação: 10/10

“All My Own Stunts”
Para mim é o tesouro escondido do álbum. Precisamos de ouvir a música com muita atenção para perceber que não é uma canção vulgar. Provavelmente a canção mais experimental do disco pois os riffs formam um vaivém contínuo e a inconfundível voz de Alex Turner continua a caminhar por vias melódicas. Um dos versos da música “put on your dancing shoes” relembra uma música do primeiro álbum “Dancing Shoes” e faz-nos relembrar o quanto a banda mudou nos últimos 6 anos. Atrevo-me dizer que é uma das melhores faixas de “Suck it and See”, sem problemas.
Um facto curioso é que é o produtor do álbum a fazer os coros.
Pontuação: 10/10

“Reckless Serenade”
O clima é obscuro, uma das baladas mais profundas já gravadas pela banda. Mais uma vez o baixo tem grande destaque. Consegue-se entender as influências dos b-sides dos álbuns passados já que, para mim, existem algumas parecenças com “No buses”. No entanto, a letra acaba por ofuscar um pouco os instrumentos musicais.
Pontuação: 8/10

“Pilerdriver Waltz”
Uma balada profunda e poderosa com uma letra incomum, escrita inicialmente por Alex turner para o filme “Submarine” e que depois foi adaptada para este álbum. Na minha opinião, a versão acústica desta música teria sido uma melhor escolha para pôr no álbum, mas continua a merecer destaque.
Pontuação: 8/10

“Love Is A Laserquest”
Outra balada com um óptimo título que traz uma guitarra melancólica mais dissonante. Não merece muito destaque em relação a todo o álbum, sobressai apenas a letra.
Pontuação: 7/10

“Suck It And See”
Canção que dá o nome ao álbum. É considerada por muitos uma balada, mas para mim é mais do que isso. Liricamente, é extremamente rica (poderia ser sem dúvida um poema) e os Arctic Monkeys conseguem combinar, extraordinariamente bem, isso com um baixo inovador e guitarras épicas.
Recentemente, lançaram o videoclip desta música juntamente com o videoclip do b-side, chamado “Evil Twin”(algo extremamente raro na indústria musical). Esta é o contraste de “Suck It and See”, muito mais rock com colossais solos de guitarra, uma bateria incansável e um baixo incrível. Outra faixa que encaixa plenamente no álbum e, atrevo-me a dizer que seria a melhor música do disco.
Pontuação: 9/10

“That’s Where You’re Wrong”
Esta faixa comprova definitivamente que o baixo é um dos factores mais importantes no disco. O’Malley tem uma habilidade invejável de conseguir criar o fundo para cada faixa. Encerra o disco com faixa de ouro, principalmente com a agitação dos solos de guitarra. Simples e tradicional, mas absolutamente brilhante.
Pontuação: 9/10

         Concluindo, é um álbum colossal equilibrando músicas “doces” com “pesadas”. A única crítica negativa que faço é que faltam mais algumas músicas pesadas, no entanto o grupo escolheu uma abordagem mais calma e igualmente boa. É uma banda com muito potencial, com muito para dar, que irá revolucionar o indie rock ou mesmo a indústria musical. Aconselho-o vivamente, dando-lhe uma pontuação de 9/10.
Para ouvir, carrega aqui.


-marta

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